O Homem de bem – Poderemos um dia ser perfeitos?

anjos45

A perfeição moral é sem duvida assunto de maior fascínio do movimento espírita visto que para os espíritas atingir a perfeição seria o auge da escalada evolutiva de todo ser. Mas será que um dia atingiremos este grau evolutivo? Sim, com muito esforço e dedicação TODA criatura irá atingir a perfeição relativa que nos cabe. Para isso iremos estudar neste artigo os caracteres do homem de bem e o roteiro seguro para alcançarmos este prestigiado patamar na escala do progresso moral.

Segundo vimos em nosso artigo sobre as classes de espíritos, Todos começamos simples e ignorantes e vamos aprendendo, conforme as vicissitudes das sucessivas vidas corpóreas, a nos melhorarmos. Para nos auxiliar em tal empreitada, Deus, em sua magnânima bondade nos trouxe as revelações atualmente sintetizadas em 3 principais. Inicialmente os 10 mandamentos, em seguida a vinda de Jesus para a confirmação da lei de Deus como uma lei pautada no amor e por fim o espiritismo, vindo como a conclusão da revelação divina aos homens da terra.

Dito isso, sabemos que viemos dos espíritos primitivos e que vivemos em mundos conforme, mais ou menos, o nosso grau de evolução moral, passando desde os mundos primitivos aos mundos felizes. Através desse processo mais ou menos lento, iremos angariando débitos ou méritos, conforme nos portamos diante dos testes que a vida encarnada nos proporcionarem. Destes testes resultam nossa formação moral, seja boa ou má, respeitando assim o nosso livre-arbítrio. Por este motivo uns chegam a perfeição moral antes e outros se atrasam. Cada um segundo as suas obras.

Durante a existência da humanidade em diversos momentos os povos da terra receberam seus profetas para lhes auxiliar em busca da melhoria da alma. Desde Maomé à moisés, as pessoas começaram a perceber a ideia de divindade e começaram, de forma infantil, a cultuar à Deus.

Claro que a perfeição que falamos almejar não se compara com a perfeição infinita de Deus, mas sim como um espectro da perfeição relativa que temos a capacidade de atingir. A perfeição de Deus é unica dEle. A nossa é a mera capacidade máxima de nossas almas sendo atingida e até mesmo esta é infinita, porém nunca acima da de Deus.

Vem então a figura de Cristo. Jesus traz consigo uma revolução de ideias, onde o amor se coloca acima de todo o mal e vence pelas leis divinas. Jesus é para nós o exemplo vivo do que um homem de bem que almeja a perfeição moral busca.

625. Qual o tipo mais perfeito que Deus tem oferecido ao homem, para lhe servir de
guia e modelo?
“Jesus.”

Em Jesus, a humanidade se espelha em busca da felicidade, não a material passageira, mas a eterna e verdadeira. Jesus nos ensinou a dividir, a sermos humildes e benevolentes para com o próximo. Nos ensinou que amar nunca é demais, e parafraseando nossa querida irmã madre Tereza “tem que amar até doer”. Sim, amar é o verbo predileto de Deus. Amar significa se colocar acima da inveja, do orgulho e do egoismo. É sufocar o mal através da luz divina que habita dentro de nós.

O homem de bem, o homem que almeja a perfeição moral sobretudo ama muito. está sempre disposto a servir os desígnios perfeitos de Deus e olha seu próximo não como um diferente, mas como um reflexo do que foi o seu passado, não se sobrepondo quando em posição moralmente superior e não se impondo de forma alguma. A perfeição moral só será por nós alcançada quando conseguirmos por em pratica, no mais puro do seu significado, as leis de Deus. Somente quando o amor for o verbo mais importante na vida do espírito, aí sim, neste momento ele alcançou a perfeição moral.

O HOMEM DE BEM

3. O verdadeiro homem de bem é o que cumpre a lei de justiça, de amor e de caridade, na sua maior pureza. Se ele interroga a consciência sobre seus próprios atos, a si mesmo perguntará se violou essa lei, se não praticou o mal, se fez todo o bem que podia, se desprezou voluntariamente alguma ocasião de ser útil, se ninguém tem qualquer queixa dele; enfim, se fez a outrem tudo o que desejara lhe
fizessem. Deposita fé em Deus, na Sua bondade, na Sua justiça e na Sua sabedoria.
Sabe que sem a Sua permissão nada acontece e se Lhe submete à vontade em todas
as coisas.
Tem fé no futuro, razão por que coloca os bens espirituais acima dos bens temporais. Sabe que todas as vicissitudes da vida, todas as dores, todas as decepções são provas ou expiações e as aceita sem murmurar. Possuído do sentimento de caridade e de amor ao próximo, faz o bem pelo bem, sem esperar paga alguma; retribui o mal com o bem, toma a defesa do fraco contra o forte, e sacrifica sempre seus interesses à justiça.
Encontra satisfação nos benefícios que espalha, nos serviços que presta, no fazer ditosos os outros, nas lágrimas que enxuga, nas consolações que prodigaliza aos aflitos. Seu primeiro impulso é para pensar nos outros, antes de pensar em si, é para cuidar dos interesses dos outros antes do seu próprio interesse. O egoísta, ao contrário, calcula os proventos e as perdas decorrentes de toda ação generosa. O homem de bem é bom, humano e benevolente para com todos, sem distinção de raças, nem de crenças, porque em todos os homens vê irmãos seus. Respeita nos outros todas as convicções sinceras e não lança anátema aos que como ele não pensam.
Em todas as circunstâncias, toma por guia a caridade, tendo como certo que aquele que prejudica a outrem com palavras malévolas, que fere com o seu orgulho e o seu desprezo a suscetibilidade de alguém, que não recua à ideia de causar um sofrimento, uma contrariedade, ainda que ligeira, quando a pode evitar, falta ao dever de amar o próximo e não merece a clemência do Senhor. Não alimenta ódio, nem rancor, nem desejo de vingança; a exemplo de Jesus, perdoa e esquece as ofensas e só dos benefícios se lembra, por saber que perdoado lhe será conforme houver perdoado.
É indulgente para as fraquezas alheias, porque sabe que também necessita de indulgência e tem presente esta sentença do Cristo: “Atire-lhe a primeira pedra aquele que se achar sem pecado.” Nunca se compraz em rebuscar os defeitos alheios, nem, ainda, em evidenciá-los. Se a isso se vê obrigado, procura sempre o bem que possa atenuar o mal.
Estuda suas próprias imperfeições e trabalha incessantemente em combatê-las. Todos os esforços emprega para dizer, no dia seguinte, que alguma coisa traz em si de melhor do que na véspera. Não procura dar valor ao seu espírito, nem aos seus talentos, a expensas de outrem; aproveita, ao revés, todas as ocasiões para fazer ressaltar o que seja proveitoso aos outros. Não se envaidece da sua riqueza, nem de suas vantagens pessoais, por saber que tudo o que lhe foi dado pode ser-lhe tirado.
Usa, mas não abusa dos bens que lhe são concedidos, sabe que é um depósito de que terá de prestar contas e que o mais prejudicial emprego que lhe pode dar é o de aplicá-lo à satisfação de suas paixões. Se a ordem social colocou sob o seu mando outros homens, trata-os com bondade e benevolência, porque são seus iguais perante Deus; usa da sua autoridade para lhes levantar o moral e não para os esmagar com o seu orgulho. Evita tudo quanto lhes possa tornar mais penosa a posição subalterna em que se encontram. O subordinado, de sua parte, compreende os deveres da posição que ocupa e se empenha em cumpri-los conscienciosamente. (Cap. XVII, nº 9)
Finalmente, o homem de bem respeita todos os direitos que aos seus semelhantes dão as leis da Natureza, como quer que sejam respeitados os seus. Não ficam assim enumeradas todas as qualidades que distinguem o homem de bem; mas, aquele que se esforce por possuir as que acabamos de mencionar, no caminho se acha que a todas as demais conduz.

Com as mais perfeitas palavras do evangelho nos evidenciando o guia moral de como atingirmos a perfeição não resta a dúvida. Um dia todos nós atingiremos a perfeição. Esta, meus irmãos é a nossa única certeza. Que Jesus nos abençoe com seu amor e Deus pai de infinita luz nos ilumine, Muita paz a todos!

2 comentários sobre “O Homem de bem – Poderemos um dia ser perfeitos?

  1. Ao invés de sonharmos com a longínqua perfeição humana, que tal capricharmos na caligrafia, fazendo o dever de casa de hoje, reunindo sílabas e formando palavras sem a pretensão de compor um discurso? Que tal plantarmos hoje o que desejamos colher amanhã, sem a pretensão de alcançar as estrelas, separando o joio do trigo que crescem juntos na terra da nossa plantação? Um dia seremos perfeitos ou quase, se não formos tão imperfeitos hoje, quanto somos, se não formos tão irracionais e inferiores quanto nos acomodamos em ser e seremos perfeitos ou quase, principalmente se não nos preocuparmos muito com isso, na certeza de que, se anos luz nos separam da angelitude que não merecemos, apenas um passo de nós está todo o bem que podemos e devemos fazer, clamando por nossas mãos para ser feito e nosso coração para amar e compreender os irmãos igualmente imperfeitos tanto quanto nós, porque só assim, ainda que imperfeitos, estaremos mais perto de Deus, trabalhando em nome Dele.

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