Como reagir à Ingratidão

ingrato

Muitas vezes ouvimos as pessoas dizerem que nunca mais ajudarão fulano por este ser muito ingrato. Diversas vezes também ouvimos que alguém será castigado por Deus por sua ingratidão. Afinal isso é verdade?

Deus em sua infinita sabedoria seria um ser vingativo que busca punir a todos não importa a causa, desde que este tenha agido contra sua vontade? onde entraria o livre-arbítrio nisso?

A lei de causa e efeito é clara quanto a isso, porém, seria Deus uma maquina que não pensa e apenas aplica uma lei simplista sem diversas variáveis a contar?

Vamos facilitar o pensamento: Se Alguém pagará um bem, seja trazido por Deus ou por outrem, não seria mais fácil este bem não recair sobre o ingrato? Bem, desse tipo de pensamento esperamos em homens, cuja inteligência e o egoismo são imperativos ainda da alma dura. Deus é o ser supremo cuja bondade se estende para o infinito. Seria lógico supor que esta sua bondade superasse até mesmo esse pensamento que para nós parece lógico.

Dito isto, entendemos que Deus em sua infinita bondade estende inclusive ao ingrato e ao filho rebelde as possibilidades de uma mudança através do amor. Se ele possibilita coisas boas na vida de quem é “ruim” é para que talvez o coração desta pessoa seja tocado pela necessidade do caminho no bem e na moralidade elevada.

É até mais fácil de compreender Deus suportar a ingratidão já que falamos de um ser supremo, mas é nós? Como devemos nos portar diante da ingratidão alheia?

Jesus nos ensinou a amar sem esperar nada em troca, assim como Deus nos ama. Portanto devemos amar aos ingratos tanto quanto aos amigos gratos. Cabe a nós compreendermos que a criatura ainda se encontra num patamar evolutivo em que o egoismo se sobrepõe ao sentimento humilde da gratidão e da fraternidade. Isso não é algo que deva ser repreendido por nós que a “alguns dias atrás” ainda eramos assim (isso quando ainda não o somos).

Lembrem-se de como Jesus agia. Ele nunca repreendia aos ingratos de forma julgadora mesmo tendo a moral espiritual para tal. Um exemplo desses de humildade e compreensão é de tocar os nossos corações. Busquemos SEMPRE Jesus, como guia e modelo para nossas atitudes e nossas experiências.

937. As decepções que nos fazem experimentar a ingratidão e a fragilidade dos laços de amizade não representam, também, para o homem sensível, uma fonte de amargura?

“Sim; mas nós vos ensinamos a ter compaixão dos ingratos e dos amigos infiéis: eles serão mais infelizes do que vós. A ingratidão é filha do egoísmo e o egoísta encontrará, mais tarde, corações insensíveis, como ele próprio o foi. Lembrai-vos de todos aqueles que fizeram mais bem do que vós, que valeram mais do que vós e foram pagos com a ingratidão. Lembrai-vos de que o próprio Jesus foi ridicularizado e menosprezado, enquanto vivo, tratado como hipócrita e impostor, e não vos espanteis de que o mesmo aconteça convosco. Que o bem que fizestes seja a vossa recompensa neste mundo e não vos importeis com o que dizem disto aqueles que o receberam. A ingratidão é uma prova para a vossa persistência em fazer o bem; isto vos será levado em conta e aqueles que vos desprezaram serão tanto mais punidos por isso, quanto maior lhes tenha sido a ingratidão.”

938. As decepções causadas pela ingratidão não serão motivo para o endurecimento do coração, fechando-o à sensibilidade?

“Isto seria um engano, pois o homem sensível, como o dizes, fica sempre feliz pelo bem que faz. Ele sabe que, se este bem não é lembrado nesta vida, sê-lo-á numa outra e que o ingrato terá vergonha e remorsos por isso.”

a) Este pensamento não impede seu coração de ser ferido; ora, isto não pode fazer com que nele nasça a ideia de que seria mais feliz, se fosse menos sensível?

“Sim, se ele preferir a felicidade do egoísta; que triste felicidade é essa! Que ele saiba, portanto, que os amigos ingratos que o abandonam não são dignos de sua amizade e que ele se enganou a respeito deles; assim sendo, não deve lamentá-los. Mais tarde, encontrará outros que saberão compreendê-lo melhor. Tende compaixão daqueles que procedem mal para convosco, sem o merecerdes, pois haverá para eles um triste retorno; mas não vos aflijais por isso: é o meio de vos colocardes acima deles.”
A Natureza deu ao homem a necessidade de amar e de ser amado. Uma das maiores satisfações que lhe são concedidas na Terra é a de encontrar corações que simpatizam com o seu; ela lhe dá, dessa forma, as primícias da felicidade que lhe está reservada no mundo dos espíritos perfeitos, onde tudo é amor e benevolência: é um gozo recusado ao egoísta.

O ingrato um dia terá sua cota de arrependimento de não ter aproveitado as oportunidades de criar laços espirituais com aqueles que o ajudaram, mas nunca é tarde para a espiritualidade. Deus em sua misericórdia infinita sempre nos da oportunidades de crescer e melhorar e isso também se aplica ao ingrato.

Se um dia fizeste um bem a alguém e foi pago com a ingratidão, ore pela pessoa e agradeça a Deus a oportunidade de ter sido um instrumento divino para possibilitar àquela criatura uma chance de melhora. Caso esta não aproveite é apenas uma questão de livre-arbítrio dela. Sua parte está feita, não percas tempo com dores de orgulho ferido. Pense que fizeste parte de uma missão divina, foste o socorrista que não pode ainda salvar aquele irmão que necessita muito de tua compreensão e de teu carinho. Devemos buscar sempre a ação acolhedora no bem!

Mesmo longe, sem contato, tua prece pode ecoar nas paredes da alma e vibrar no coração daquele irmão que ainda possui a visão obscurecida pela ignorância. Se Deus permitiu que foste pago com ingratidão foi para testar-lhe a força de vontade em praticar o bem desinteressadamente! aproveite as oportunidade de fazer o bem sempre e nunca tema não ser reconhecido, o bem anônimo é o bem mais valioso pois é pago com a alegria no coração de ter feito sua parte na criação! Ajudem sempre! Como Jesus que veio para todos e se doou por todos, sejamos também firmes na nossa missão cristã de amor e caridade! Muita paz a todos!

 

2 comentários sobre “Como reagir à Ingratidão

  1. Sofreremos a ingratidão daqueles a quem fizemos o bem, sempre que esperarmos pela gratidão deles. Caridade é doar ou se doar e seguir adiante, sem aguardar sequer um “muito obrigado”, é ser solidário por instinto sem desejar que sejam solidários conosco. Não sofre ingratidão quem investe no outro sem esperar retribuição, quem ajuda porque se sente feliz em ajudar, sem cobrança alguma. Mesmo porque sempre colheremos o que plantamos, nem sempre colheremos de quem ajudamos mas muitas vezes colheremos o bem de desconhecidos que nos ajudarão no momento certo pois nenhuma boa ação ficará sem paga, Deus tudo sabe.

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